sábado, 19 de novembro de 2016

Regeneração Bíblica




Quando se fala sobre regeneração, muitos pensam em como uma célula pode recuperar, ou como uma ferida pode fechar ao ponto do machucado não mais incomodar. Esta alusão pode ser muito utilizada quando é falado sobre regeneração. A partir do pecado original em Gênesis 3 o ser humano passa a sofrer uma mudança, o pecado passa a fazer parte da vida humana. Este fator fez com que o homem ficasse separado de Deus. Em outras palavras, o pecado passa a ser feridas ou até mesmo o câncer necessitando ser curado.
A partir deste evento o homem de sadio passou a ser doente tanto no campo emocional, quanto psíquico, físico e espiritual. A necessidade da regeneração passa a ser algo natural, contudo a característica teimosa do homem não permite o tratamento. Devido ao orgulho, pessoas não buscam a Deus e nem procuram-no verdadeiramente.
Além destes fatores, o ser humano, mesmo sem admitir; sabe estar agindo de forma incorreta. No fundo há um sentimento mostrando um caminho errado, porém o pecado em si é bom aos olhos humanos. Sabendo da falta de algo, os homens buscam preencher de inúmeras formas, porém jamais buscando verdadeiramente a Deus.
A regeneração é a parte faltante deste, pois devido a natureza pecaminosa e caída, a humanidade tem uma carência espiritual bem grande, sempre tendo a necessidade de preenchê-la. Neste preenchimento espiritual, a única forma compatível é o preenchimento de religamento com Deus, porém devido a falta de submissão humana, a humanidade busca preencher de diversas formas, seja através de outras pessoas, seja pelo intelecto ou até mesmo no esvaziamento de si, porém a necessidade é real a ponto do ser humano tentar minimizar este problema com atitudes as quais faça haver o esquecimento deste.
O fato é todos terem pecado e necessitarem de Deus. Sobre isso, Hoekema explica um pouco para ajudar neste estudo.

Tem-se dito frequentemente que a doutrina que alguém professa é determinada pela sua doutrina da salvação. Isso é ainda mais verdadeiro em relação à regeneração. Nosso entendimento de regeneração depende da nossa concepção de depravação humana. Se os seres humanos hoje não forem depravados, a regeneração ou nova vida espiritual não será realmente necessária. Se a depravação humana for considerada apenas parcialmente – isto é, se o homem caído for visto ainda tendo a capacidade de voltar-se para Deus em fé à parte da obra especial do Espírito Santo – a regeneração será entendida de uma maneira totalmente diferente do que se o homem 'natural' (ou não regenerado) for visto como totalmente depravado. Se, no entanto, os seres humanos foram vistos como totalmente, ou difusamente, depravados – isto é, totalmente incapazes de voltar-se para Deus em fé à parte da obra especial do Espírito Santo, o entendimento da natureza da regeneração será diferente.”1

A compreensão deste aspecto depende muito da cosmovisão de cada indivíduo para uma compreensão correta. Para o budismo, nós também somos imperfeitos, pois não nos tornamos “iluminados” como Buda. Dentro do entendimento deles, a regeneração é dada com o esvaziamento de si mesmo.
Neste exemplo sobre Buda, é complicado, porém necessário entender os motivos dados desta visão particular. Segundo o budismo, Buda abandonou sua família, seu povo (já que era príncipe de um reino) para viver sozinho e alcançar um estado de ausência de tudo. Neste estado, segundo eles, foi onde houve uma regeneração dele ao ponto de poder se tornar uma espécie de deus aos olhos do budismo.
Diferentemente do cristianismo, o budismo acredita na vontade humana como potencial para se atingir um estado de perfeição, o qual eles chamam de deus. No cristianismo há uma dependência de Deus para se chegar a este estágio, onde se assemelhar com Cristo é o alvo. Dentro do processo de regeneração, por um lado é um ato imediado onde o Espírito Santo trata no mesmo instante, porém há uma sequência de tratamento de Deus durante a caminhada cristã.
Segundo o budismo apenas uma pessoa pode decidir pela mudança, para o cristianismo somente Deus pode causar esta mudança.

Já no Antigo Testamento somos ensinados que só Deus pode fazer a mudança radical que é necessária para capacitar os seres humanos caídos a fazer o que é agradável aos seus olhos. Em Deuteronômio 30.6 encontramos nossa renovação espiritual figurativamente descrita como a circuncisão do coração: 'O Senhor, teu Deus, Senhor, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas'. O coração é o cerne íntimo da pessoa, e a Bíblia nos ensina que Deus nos limpa interiormente antes que o possamos amar verdadeiramente. O que chamamos de regeneração é exposto por Jeremias nestas palavras: 'Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu deus, e eles serão meu povo' (31.33). Ezequiel usa uma figura para ilustrar regeneração que, embora reflita o modo de pensar do Antigo Testamento, é usada ainda hoje: 'Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne' (36.26; cf 11.19). Aqui, Deus, por meio de Ezequiel, promete aos exilados na Babilônia que no futuro os renovará a partir do interior.”2

Aqui demonstra claramente que Deus é quem regenera, não podendo ser feito através de atitudes humanas. Este fato é uma diferença bem considerável a qualquer religião no mundo, pois todas dependem da atitude humana e não da ação de Deus; deixando apenas o cristianismo onde é Deus quem tem a atitude em fazer.
Esta regeneração ocorre quando há a transformação de vida, em outras palavras, quando Cristo liga aquela pessoa com Deus. Quem fez esta ponte de amor foi Deus, quando enviou Seu único Filho ao mundo para redimir a muitos com Deus. Este elo faz a grande diferença, a qual é a causadora da regeneração destes indivíduos religados a Deus.

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1HOEKEMA, Anthony A. Salvos pela Graça: a doutrina bíblica da salvação. 3ª ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2011. pág 100.
2HOEKEMA, Anthony A. Salvos pela Graça: a doutrina bíblica da salvação. 3ª ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2011. pág. 101.

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